De volta à Essencia


Faz tempo que não apareço por aqui, ou melhor, apareço, olho comentários, releio algumas publicações, mas não escrevo nada... Sei lá, estou sempre atrás de alguma inspiração, algo que mereça minhas considerações, um comentário pertinente; Mas aí vem uma idéia, depois se vai, outra hora penso em escrever sobre determinado assunto, mas me perco ..em fim... No fundo, ficar sem escrever nada me incomoda, como se estivesse abandonando algo que estimo muito, pois de fato apesar de toda banalização da existência de um blog, este pra mim é importante, pois retrata de fato minha essência, ou um pouquinho dela, e por isso tenho carinho e talvez seja esta a razão da demora em escrever algo, exatamente pra não escrever por escrever, ou escrever qualquer coisa, balelas...
Pensando nisso resolvi me inspirar na falta de inspiração em si, no por que buscamos inspiração e por que ela é tão difícil de dar o “ar da graça”.
Nos últimos meses me vi em uma situação de stress total, correria, loucura e cegueira, sim, cegueira das coisas boas da vida, ou talvez pelo contrário, abri os olhos para as mesmas e resolvi dar um stop para algumas coisas e um start para outras. Sendo assim, reformulei minha vida, literalmente; Mudei minha rotina, passei a prestar atenção nas pessoas, em seus olhos e foco, passei a olhar para a linguagem do mundo, seu afã de ilusão e tirando toda a filosofia poética disso tudo, me questiono: “ Qual meu papel e posicionamento diante disso tudo?” e percebi que ando me esquecendo do que sou, do que quero, de onde quero chegar, esquecendo-me de mim mesma e da minha essência!
Acredito sim que querer ser uma pessoa melhor e querer ajudar a outros nesse objetivo é andar na contramão do mundo e sinto na pele a discriminação e vejo nos olhos dos incrédulos que acreditam que o que faz o mundo girar é o capitalismo, o resto é papo furado dos fracos... respeito, discordo veementemente, ignoro, mas por fim reflito... O que posso fazer diante disso? Que posicionamento devo tomar pra não ser exatamente como a maioria que condeno? É fácil filosofar, mas agir exige posicionamento e coragem, até para exprimir uma opinião. Costumo dizer que mesmo quando não discuto uma opinião, a minha posição diante do fato não muda e por ser assim não preciso convencer ninguém de estar certa ou errada, já que minha própria opinião me basta... Mas no que isso me torna? Covarde, omissa, permissiva? Não sei, não sou dada a discussões, mas por outro lado também não posso deixar de emitir meu posicionado apenas para me poupar de uma boa e quem sabe produtiva discussão.
O fato é que somos seres incríveis, cada um compõe seu universo diariamente, baseado em suas experiências internas e externas e de suas interpretações diante delas e por ser assim, carregamos em nosso “DNA emocional” nossa essência que não será herdada pelas gerações futuras se nos calarmos, omitirmos, pois ao contrário da genética, da razão e das análises microscópicas, as emoções e essência de cada um é assim, tão simples, singular e inexplicável que até dá margem para desconfianças e críticas de alguns, mas motivo de embasbacamento para outros.
Assim como o homem tem gasto milhões e milhões em naves espaciais para descobrir até onde vai a galáxia onde mora e os outros milhões e milhões restantes para construir um acelerador de partículas para esmiuçar o já tão esmiuçado átomo, quem sabe depois de matar sua curiosidade acerca do universo que o cerca finalmente se voltará para dentro de si para descobrir o tão maravilhoso universo que carrega.

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