Meninas são tão Mulheres

Toda menina já nasce com um "q" de mulher e mesmo com o passar do tempo, toda mulher ainda carrega dentro de si uma menina! Como é lindo, sutil, louco, complexo e simples ser mulher!
A complexidade do psiquismo feminino intrigou até mesmo Sigmund Freud, criador da psicanálise. Apesar de ter acompanhado inúmeras pacientes, muitas delas apresentadas em casos clínicos clássicos, chegou a confessar, no fim da vida, que a mulher era um mistério para ele, já que, diferentemente do homem, ela não está diretamente submetida à referência fálica de organização psíquica. O fato é que mulheres como Anna O., Dora, Emmy von N., Lucy R., Catarina e Fraulein Elizabeth, que viveram, adoeceram e sofreram na Viena do fim do século XIX e início do século XX, emprestaram partes de sua existência à história da psicanálise. E, antes e depois delas, tantas outras anônimas, muitas tomadas por loucas ou bruxas, foram peças fundamentais para a melhor compreensão de intricados funcionamentos psíquicos.
O universo feminino – que instiga e confunde qualquer um em busca de respostas excessivamente objetivas – é multifacetado, atraente e, não raro, doloroso. O tormento de ser mulher aparece nos incômodos da tensão pré-menstrual (que, feito catástrofe da natureza, passa a cada mês pela vida de muitas de nós, comprometendo a auto-estima, desgastando relacionamentos, causando estranhamentos, destruindo delicadas promessas). Revela-se na compulsão ou no repúdio pelo alimento, distúrbios tão “femininos”, que à primeira vista parecem se contrapor à idéia da mulher como nutriz por excelência. A dor surge também na propensão à depressão e nos sofrimentos marcados pela culpa. E na batalha diária de dar conta de demandas (profissional, afetiva, sexual, entre outras) para as quais nem sempre se está pronta. Mas há também as delícias do ser mulher – possibilidades únicas de prazer e realização; a experiência ­arrebatadora da maternidade; além de maneiras (insuspeitas para os homens) de desfrutar da própria inteligência, sensualidade e capacidade empática. Felizmente, em meio a atravessamentos da cultura, tempestades de hormônios, variações bioquímicas, transformações físicas e emocionais específicas da adolescência, gravidez e menopausa, inusitadas facetas da sexualidade, faltas, buscas, desejos nem sempre desvendados, somatizações, dúvidas, altas doses de empatia, adoráveis habilidades e inevitáveis tropeços ainda há espaço para adentrar recôndidos de delicadeza.

Sim, apesar de tudo adoro ser mulher!


Comentários

André Hottër disse…
Fiz um comentário em sua coluna dos Sapatos, adoooorei.
Afinal! O que quer uma mullher?!!!!!!!!
Jeferson Cardoso disse…
E mulheres são tão meninas...
Jefhcardoso do
http://jefhcardoso.blogspot.com

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